Eflúvio Telógeno Crónico: a importância da constância no tratamento
7. Nov 2024

Eflúvio Telógeno Crónico: a importância da constância no tratamento

Como dermatologista, antes de prescrever um tratamento para a queda capilar, analiso a sua evolução, identifico as possíveis causas e avalio quais podem ser as respostas.

No caso de se tratar de uma condição crónica, como é o caso da alopecia androgenética, será necessário estabelecer um tratamento igualmente crónico para manter os resultados ao longo do tempo.

Por outro lado, em casos ou problemas capilares temporários, os tratamentos duram um período determinado. No entanto, por vezes, apesar de ter terminado o tratamento, a pessoa pode sofrer uma recaída e necessitar de um tratamento mais prolongado. Este seria o caso do eflúvio telógeno crónico, sobre o qual vamos falar neste artigo.

Em qualquer caso, seja qual for a situação, a duração e o tipo de tratamento para a queda capilar são individualizados e requerem a avaliação de um dermatologista especialista.

 

Qual é o ciclo normal de crescimento do cabelo?

Antes de falar do eflúvio telógeno crónico, é importante saber como cresce o cabelo e entender que, de forma natural, perdemos entre 50 e 200 cabelos por dia.

Embora já tenhamos comentado noutros artigos o ciclo do cabelo, vamos relembrá-lo: cada folículo capilar passa por três fases principais:

1. Fase de crescimento (fase anágena): o cabelo cresce e alonga-se. Entre 85% e 90% do cabelo encontra-se nesta fase num determinado momento, a qual dura aproximadamente entre 2 a 6 anos.
2. Fase de transição (fase catágena): o crescimento do cabelo desacelera e o folículo piloso torna-se mais pequeno. Esta fase dura aproximadamente 2 a 3 semanas.
3. Fase de repouso (fase telógena): o cabelo deixa de crescer. Esta fase dura aproximadamente 3 meses. Após a fase de repouso, os cabelos individuais acabam por cair, iniciando-se novamente o ciclo com o crescimento de um novo cabelo que os substitui.

 

O ciclo do cabelo tem uma característica importante: é assincrónico. Esta característica previne episódios de queda massiva de cabelo. No entanto, é importante lembrar que a queda de cabelo ocorre de forma constante, uma vez que haverá sempre folículos em fase de queda.

 

O que é o eflúvio telógeno?

Quando a proporção de folículos pilosos em fase telógena (de queda) aumenta significativamente, resultando numa queda de cabelo mais acentuada, estamos perante um eflúvio telógeno.

No couro cabeludo humano normal, aproximadamente 10% dos folículos encontram-se na fase telógena em determinado momento. No entanto, no eflúvio telógeno, estima-se que entre 7% a 35% dos folículos que normalmente permaneceriam na fase anágena (de crescimento) passem para a fase telógena.

 

Tipos de eflúvio telógeno

Eflúvio telógeno agudo

O eflúvio telógeno agudo é, talvez, o mais conhecido e tem uma duração inferior a 6 meses. As suas causas podem ser múltiplas, tais como:

🍃 Eventos traumáticos ou stressantes
🍃 Algumas doenças
🍃 Pós-parto
🍃 Dietas restritivas
🍃 Alguns medicamentos

O eflúvio telógeno agudo tende a reduzir-se com o desaparecimento do desencadeante inicial. No entanto, a queda capilar diminui gradualmente e o crescimento do cabelo com comprimento e espessura habituais pode demorar meses.

 

Eflúvio telógeno crónico

No eflúvio telógeno crónico, a perda de cabelo persiste por mais de seis meses ou até anos, ocorrendo de forma sazonal. É menos frequente que o eflúvio telógeno agudo e ocorre principalmente em mulheres entre os 30 e os 60 anos.

Na consulta, os dermatologistas investigarão se existe uma causa subjacente para a queda de cabelo, através da anamnese, exame físico e, por vezes, uma análise de sangue. Contudo, em até um terço das pacientes, não se consegue identificar uma causa. Apesar disso, ainda podemos recomendar um tratamento adequado.

 

Tratamento para o eflúvio telógeno crónico

Como pode perceber, no eflúvio telógeno crónico é necessário realizar tratamentos prolongados onde a constância é fundamental para manter os resultados a longo prazo.

Uma das características que procuramos no tratamento é abordar de forma sinérgica a queda de cabelo, que pode ser multifatorial e evitar tratamentos que possam causar efeitos secundários acumulativos, pois podem durar anos.

O objetivo do tratamento é favorecer a fase de crescimento e preparar o folículo piloso para que o cabelo se regenere adequadamente.

Os tratamentos mais comuns para o eflúvio telógeno crónico são o plasma rico em plaquetas ou o minoxidil em solução ou via oral.

Outras opções naturais para travar a queda e fornecer ao folículo piloso o material necessário para produzir novo cabelo são os nutricosméticos como Olistic. Estes são uma opção muito interessante ao abordar de forma conjunta, não invasiva, com ingredientes naturais e num só produto, as causas do eflúvio telógeno crónico, facilitando a manutenção do tratamento a longo prazo.

No caso do eflúvio telógeno crónico causado pelo stress, Olistic contém na sua fórmula antioxidantes naturais como a astaxantina, a curcuma ou o resveratrol, que ajudam a reduzir os seus efeitos. Da mesma forma, a ashwagandha é um adaptógeno natural que equilibra os níveis de cortisol e as hormonas do stress.

 

Conclusão

Independentemente do tratamento, o processo de recuperação do cabelo no eflúvio telógeno crónico é lento e individual. Por esta razão, é importante procurar opções de tratamento que possam ser mantidas a longo prazo e ser constante tanto no seguimento com o seu dermatologista como no tratamento indicado para obter os maiores benefícios.

O prognóstico do eflúvio é bom. Embora a desaceleração da queda e o posterior crescimento possam ser lentos, o cabelo tende a recuperar-se totalmente.

O mais importante perante uma queda capilar é consultar o seu dermatologista para realizar um diagnóstico correto e prescrever o tratamento adequado de forma individualizada.

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